Gerdau termina trimestre com lucro 1,8% maior e receita em queda

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Valor Econômico
08/05/2019 – 9h45

Já a receita líquida da companhia caiu 3,5% de janeiro a março deste ano, totalizando R$ 10 bilhões. No primeiro trimestre de 2018, a siderúrgica apresentou receita de R$ 10,38 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda na sigla em inglês) foi de R$ 1,5 bilhão, alta de 5,6% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda alcançou 15,5%. Segundo a companhia, esse foi o melhor Ebitda apurado entre janeiro e março dos últimos 11 anos.

A operação da Gerdau nos Estados Unidos impulsionou os resultados da companhia nos três primeiros meses do ano. Segundo o presidente da empresa, Gustavo Werneck, a margem Ebitda dessa operação alcançou 13,2% no período, ante 5,6% de janeiro a março de 2018.

“O desempenho positivo foi impulsionado pela vigência integral no período dos efeitos de estímulo à produção local decorrentes da Seção 232 e pelo nível recorde de spread metálico”, disse o executivo em comunicado. A Seção 232 foi uma medida criada pelo governo Donald Trump que elevou em 25% as taxas de importação para aço e em 10% para alumínio.

Werneck ressaltou, ainda, que o aumento do Ebitda, de 5,6%, apesar da redução de 23% nas vendas físicas e de 20% nos volumes de produção, demonstram o êxito do plano de desinvestimentos realizado nos últimos anos.

No Brasil, conforme o executivo, apesar da lenta reação dos mercados de construção civil e indústria, além de uma forte pressão dos custos com matérias-primas, especialmente minério de ferro e carvão, a Gerdau teve um desempenho nas vendas de acabados – planos e longos – acima da média do mercado, influenciado pelo varejo.

“Revisamos nossa projeção de recuperação da economia do país, acreditando que deva ocorrer a partir do segundo semestre, após a aprovação da necessária Reforma da Previdência. Em razão desse cenário, continuaremos a ser seletivos com as aprovações dos nossos investimentos”, ressaltou Werneck.

Investimentos

A Gerdau investiu R$ 305 milhões em ativo imobilizado (Capex) ao longo dos três primeiros meses de 2019, sendo R$ 191 milhões em manutenção geral, R$ 37 milhões em manutenção de Ouro Branco e R$ 77 milhões em expansão e atualização tecnológica.

Do valor total desembolsado no trimestre, segundo a companhia, 41% foram destinados para o Brasil, 31% para a América do Norte, 24% para a unidade de negócios Aços Especiais e 4% para a América do Sul.

A companhia prepara a parada por 60 dias do alto-forno 1 na usina de Ouro Branco (MG) para uma reforma. A manutenção deve ser realizada no segundo semestre deste ano.

“É válido destacar que o investimento de R$ 532 milhões na unidade de aços especiais, em Pindamonhangaba, já está em andamento, com o início das obras civis e a contratação de equipamentos. Além disso, iniciou-se a formação de estoque em antecipação à parada programada, do alto-forno 1 de Ouro Branco-MG, no segundo semestre de 2019.”

Como já divulgado anteriormente, a Gerdau mantém seu programa de investimentos para o período de três anos, 2019-2021, de R$ 7,1 bilhões. Para o ano de 2019, a previsão dos investimentos é de R$ 2,2 bilhões.

Produção

A produção de aço bruto da siderúrgica apresentou queda de 19,7% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2018. Foram produzidas 3,34 milhões de toneladas de janeiro a março de 2019.

Com a produção em queda, as vendas de aço também apresentaram recuo de 22,9% no período, chegando a 2,98 milhões de toneladas.

Segundo a companhia, a razão para a queda nos indicadores operacionais foram os desinvestimentos realizados até o ano passado, como as operações do Chile, Índia e de grande parte das unidades de vergalhão e de fio-máquina nos Estados Unidos.

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