Usinas de açúcar e etanol ganham fôlego com redução de ICMS
A situação das usinas de açúcar e etanol do país só não é mais crítica na atual safra porque medidas como a redução da alíquota de ICMS em Minas Gerais estão dando um “fôlego” ao setor. Desde março, o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado sobre o etanol baixou de 19% para 14%, o que tornou o combustível competitivo nos postos do Estado. Pelo terceiro mês consecutivo, as vendas de álcool bateram recorde. Em março, foram comercializados 105,6 milhões de litros, ante os 52 milhões do mesmo mês de 2014.
Em abril, foram mais 140 milhões de litros (56,7 milhões no ano passado) e, em maio, 142,8 milhões, ante os 52,8 milhões do ano anterior, de acordo com a Siamig (entidade do setor em Minas Gerais). “Imagine se Minas Gerais não tivesse feito isso? As medidas adotadas pelo menos ajudaram a evitar que a situação fosse ainda pior para o setor”, disse o diretor-técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antonio de Padua Rodrigues. Antes da medida, as vendas de etanol estavam estagnadas.
Em fevereiro, foram vendidos 82,8 milhões de litros, ante 82,1 milhões do mesmo mês no ano passado. Em janeiro, foram 77,3 milhões de litros em 2015, enquanto em 2014 foram 70,3 milhões. Para o pesquisador Haroldo Torres, do Pecege (Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas), da Esalq/USP, a desoneração do ICMS gerou ganho e liquidez ao setor, num momento em que as usinas passam por muitas dificuldades. “Além do ICMS em Minas, a volta da Cide e o aumento da mistura do etanol na gasolina deram um fôlego ao mercado.” Para Padua, há casos em que o litro do etanol chega a custar R$ 1,20 a menos que a gasolina em cidades mineiras. “Essa combinação do diferencial de preços às vezes é mais importante. Muitos consumidores não medem a vantagem pela paridade entre os combustíveis, mas pelo preço nas bombas”, disse. O etanol é vantajoso ao consumidor se o preço do litro custar até 70% do valor da gasolina.
Segundo a Siamig, foram investidos R$ 400 mil numa campanha pregando o uso de etanol nos veículos, nos principais mercados consumidores de Minas Gerais. A entidade afirma, ainda, que há cinco anos o combustível não era competitivo em relação à gasolina.
Fonte: Bem Paraná