Dólar pausa queda ante real, mas cena política segue no radar
O dólar dá uma pausa nas fortes oscilações da semana passada, quando os mercados tiveram um rali diante do aumento das chances de troca de governo. Não há exatamente notícias novas hoje, mas operadores dizem que o sentimento ainda indica um cenário de maior dificuldade para o governo, o que mantém aquecido o debate sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Há expectativas quanto à homologação da delação premiada de Delcídio do Amaral (PT-MS), cujo conteúdo publicado na semana passada aumentou as pressões sobre a presidente. Na oposição, por ora, não há estratégia comum definida, mas, segundo matéria do Valor, PSDB, DEM, PPS e SD se reúnem hoje para chegar a algum acordo. A ex-senadora Marina Silva (Rede), que antes rejeitava o impeachment, diz agora que há “fortes indícios” de crime de responsabilidade que poderia levar ao impeachment. O partido, contudo, ainda é mais favorável ao caminho via Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os investidores ainda esperam mais notícias que consolidem um cenário de troca de comando, o que seria necessário para a continuidade do rali.
No câmbio, a queda do dólar é limitada ainda pela percepção de que o Banco Central (BC) pode impor um piso ao patamar da moeda ou pelo menos suavizar a desvalorização. Um sinal disso foi a rolagem parcial de swaps cambiais na sexta-feira passada. Foi a primeira vez desde setembro que o BC não promoveu a venda total dos contratos ofertados. Especialistas dizem que, com essa ação, o BC passa uma mensagem de que a marca de R$ 3,70 deve ser o piso mais próximo.
O BC faz hoje nova oferta de contratos de swap cambial para rolagem do vencimento abril.
Fonte: Uol