Aviação comercial pede socorro governamental em todo o mundo

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Com paralisação sem precedentes e rápida perda de liquidez aeroportos e empresas aéreas buscam proteção de empregos e operação

 

O Conselho Internacional dos Aeroportos (ACI, na sigla em inglês) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) se reuniram para pedirem ações dos governos em conceder rapidamente alívio financeiro para salvaguardar o futuro do setor de aviação comercial.

A crise sem precedentes gerada pelo coronavírus deverá forçar os governos a ajudar os operadores aeroportuários e as companhias aéreas durante a paralisação mundial. Ainda que a maior parte das empresas e aeroportos viessem de uma situação confortável, com reserva de caixa, a redução quase total da demanda criou uma situação jamais prevista pelo setor.

A ACI e a IATA alertam para a importância de uma recuperação econômica coordenada entre os países, facilitando assim a readequação do transporte aéreo a uma nova realidade inicial. Segundo as entidades, a indústria da aviação continua sendo um pilar fundamental para o enfrentamento mundial da nova doença, transportando insumos e cargas vitais para quase todos os países.

A rápida e drástica redução da demanda de passageiros chegou em níveis jamais vistos, derrubando as receitas das empresas a patamares muito abaixo da capacidade de mitigar as perdas através de medidas usuais, mesmo que extremas, como corte de funcionários e redução da capacidade. Segundo a IATA o prolongamento da crise está gerando uma severa crise de liquidez financeira em todo o setor.

Com todo este cenário não favorável as companhias aéreas e operadores aeroportuários, além de demais empresas do setor, estão em uma batalha para sustentar as operações essenciais e preservar o máximo de empregos. Atualmente a aviação regular é responsável por 65,5 milhões de empregos em todo o mundo, gerando cerca de US$ 2,7 trilhões em atividades econômicas em todo o mndo.

A ACI e a IATA estão reforçando as medidas de apoio equilibrado e urgente dedicado à aviação comercial por meio de projetos de revisão tributária, incluindo alívio de impostos sobre folha de pagamento, impostos corporativos, taxas de concessão ou outras rendas governamentais do setor, assim como empréstimos oficiais ou apoio direto para manter a liquidez financeira em todo o ecossistema da aviação.

Mesmo com alguns governos reconhecendo a necessidade de uma ação urgente, a IATA redobra a cobrança para os países que ainda não concederam alívios financeiros necessários para manter toda a indústria viável, alertando que o tempo está se esgotando e poderá trazer situações irreversíveis.

“O impacto financeiro da crise atual é diferente de tudo que já vimos e requer ações urgentes dos governos para ajudar o setor de aviação a proteger empregos, para garantir operações essenciais e assim, o devido planejamento para a recuperação”, disse Angela Gittens, diretora geral da ACI. “É necessário um alívio fiscal urgente e assistência financeira direta que beneficie todo o ecossistema da aviação para ajudar a preservar milhões de empregos, proteger operações essenciais e promover uma recuperação equilibrada”.

Segundo o diretor e CEO da IATA, Alexandre de Juniac, a situação não poderia ser mais crítica, especialmente pela rapidez que a aviação regular foi afetada, sem margem para replanejamento. Em crises anteriores o impacto era pontual em algumas viagens ou países, enquanto agora envolve a totalidade do mundo e todos os tipos de viagens, sem prazo para uma normalização.

“Os governos dependerão da aviação para estarem prontos para liderar uma recuperação econômica quando essa pandemia acabar”, disse De Juniac. “Quanto mais estáveis ​​financeiramente os nossos parceiros nos aeroportos, mais eles podem ajudar a indústria a impulsionar uma recuperação nas viagens aéreas que dará um salto na economia global”, acrescentou.
Fonte: Aeromagazine

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