Delegado, policiais e servidores são alvos de operação contra crimes no Detran-MG

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O delegado do Detran de Varginha, Antônio Carlos Buttignon, é apontado pelo MP como o chefe da organização criminosa que arrecadava R$ 50 mil por mês e atestava vistorias falsas

Um delegado, policiais civis e servidores do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) são alvos de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais que investiga prática de corrupção e formação de quadrilha no setor de trânsito das cidades de Varginha e Elói Mendes. A Operação Êxodo 23, que tem apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, cumpre 16 mandados judiciais de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão nesta quinta-feira (5/12). Destes, oito são contra os policiais civis, incluindo o delegado.

Entres os presos, está o delegado do Detran de Varginha, Antônio Carlos Buttignon, apontado pelo Gaeco como o chefe da organização criminosa que arrecadava R$ 50 mil por mês de propina. O delegado é acusado de corrupção passiva e inserção de dados falsos em sistema de informação.

Segundo o MP, a quadrilha também tinha a participação de despachantes de veículos e receptadores. As investigações identificaram pagamento de propina a policiais civis do Detran. O grupo atestava vistorias falsas, agilizava emissão de documentos e autorizava emplacamentos fora do setor de trânsito. Os alvos devem ser afastados do serviço público e responder por crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, usurpação de função pública, inserção de dados falsos em sistema de informação, receptação qualificada e associação criminosa.

O inquérito aponta que, em apenas cinco dias, 221 veículos foram vistoriados de forma irregular, sem a entrada dos mesmos no pátio do Detran. Para os investigadores, tais números evidenciam a magnitude do esquema.

Ação é desdobramento da Operação Calhambeque

A operação começou com desdobramento da Operação Calhambeque, realizada entre 2017 e 2018. Junto com a Operação Frankestein, foram cumpridos mandados judiciais em Minas Gerais e São Paulo. Grupos eram investigados por receptação de automóveis e peças roubadas, furtadas e por fraudes contra seguradoras no Sul de Minas Gerais. A partir da Operação Calhambeque, o MP realizou outras quatro investigações.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que “não coaduna com qualquer desvio de conduta e/ou prática delituosa por parte de seus servidores, cabendo à Corregedoria-Geral de Polícia Civil tomar as providências legais referentes à atribuição correcional”.

Fonte: Jogo Sujo

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