Diversas empresas estariam envolvidas em crimes como lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e superfaturamento. Objetivo seria dominar o ramo de vistoria no Brasil

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As investigações do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor) da Polícia Civil de Goiás, que apuram fraudes do Departamento Estadual de Trânsito do estado (Detran-GO), apontaram que o grupo de empresas responsável por fraude, lavagem de dinheiro e uso de documento falso no órgão operam, também, em outros estados. Apuração resultou em sete prisões e cumprimento de 55 mandados de busca e apreensão em casas e empresas de Goiânia nesta quinta-feira (7/11).

O delegado responsável pelo caso, Rômulo Figueiredo de Matos, explicou que o esquema era comandado por duas empresas sediadas fora de Goiás. Tais empresas, segundo ele, buscam dominar o ramo de vistoria no Brasil. Em Goiânia e no interior do estado há empresas deste grupo. No entanto, a maior parte está localizada em São Paulo.

Em Goiás, de acordo com as investigações, houve fraude no processo licitatório do Detran para dar outorga de serviço público de vistoria veicular por 10 anos. O contrato com a empresa Sanperes foi assinado em 2014, no valor de R$ 582 milhões. O processo contou com a participação de outras empresas, que, em tese, estariam concorrendo com a Sanperes, mas que na verdade pertenciam ao mesmo grupo empresarial.

Superfaturamento de taxas de vistoria ajudou a financiar o esquema

O esquema, que resultou em fraude de mais de R$ 100 milhões, foi feito de duas formas, segundo expõe Rômulo. A investigação mostrou que houve superfaturamento da tarifa fixada inicialmente. A polícia comprovou que as empresas que participaram do processo licitatório apresentaram estimativa de valor para estipular a quantia da tarifa atuavam em conjunto com a empresa prestadora de serviço de vistoria, a Sanperes.

“Havia sócios ocultos nesses grupos de empresas que estavam atuando em conjunto, de modo que o valor fixado inicialmente foi superfaturado. Para se ter ideia, hoje o preço da tarifa de vistoria está, em média, R$ 85. Há quase cinco anos o valor estipulado era de R$ 117”, disse.

Além disso, houve reajustes indevidos que propiciaram enriquecimento irregular avaliado em R$ 44 milhões. A ação foi apurada e comprovada pela Controladoria-Geral do Estado (CGE). Até o momento, segundo o delegado, foi determinado judicialmente que tal valor fosse bloqueado das contas dos investigados. Ainda será pedido o bloqueio de mais de R$ 100 milhões.

Fonte: Jogo Sujo

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