Medicina personalizada é tema de congresso internacional de propriedade intelectual no Rio
No terceiro dia do Congresso Internacional da Propriedade Intelectual 2015, realizado no Rio de Janeiro, o painel sobre “Medicina Personalizada”, reuniu o assessor do Conselho da Pfizer, Adrian Looney, o químico Hugo Caro, chefe do Departamento de Propriedade Intelectual do grupo farmacêutico espanhol Ferrer Internacional e Wen Cao, diretora do escritório em Shangai da NTD Patent & Trademark Agency, sob a mediação do médico e advogado João Luis D’Orey Facco Vianna, sócio do escritório Kasznar Leonardos Propriedade Intelectual. Um dos assuntos debatidos foi o caso do Laboratório Myriad Genetics, empresa desenvolvedora de um teste que permite identificar a probabilidade de incidência de câncer de mama e ovários antes da manifestação da doença.
Os participantes do painel debateram os aspectos jurídicos relacionados à biotecnologia e à genética sob o prisma da propriedade intelectual. Para Looney, a medicnia personalizada atravessa um momento interessante com novas descobertas, estudo de formas precisas de detecção precoce de doenças, indicação de drogas e dosagens específicas para o paciente. “A Pfizer investe US$ 7 bilhões por ano em pesquisa e desenvolvimento de novas dorgas. Na área de oncologia, por exemplo, o índice de fracasso é de 95%. Então, em nossa área os investimentos são elevados e há muita incerteza, o que gera todo tipo de preocupação. Por outro lado, os tribunais nem sempre caminham no mesmo ritmo da medicina, o que gera muita dificuldade para os laboratórios no que diz respeito a patentes”, afirmou Looney.
Caro ressaltou que a medicina personalizada não se aplica apenas ao diagnóstico, mas também a outras áreas como produtos terapêuticos e sensores fisiológicos para identificar qual o melhor tratamento e prever a sua resposta. “Quando falamos de medicina personalizada, falamos de saúde. Discutimos se queremos viabilizar isso ou não. Temos muita tecnologia em áreas terapêuticas. A imunoterapia, por exemplo, é a nova arma no tratamento do câncer, com o uso de medicamentos para que o próprio sistema imunológico do paciente, depois de fortalecido, combata a doença”, destacou Caro.
De acordo com Wen Cao, foram criados nao passado na China três novas cortes destinadas à apreciação de casos na área de propriedade intelectual: em Beijing, Shangai e Guangzhou. “No campo da medicina personlizada, todos sabemos que a proteção é muito importante. Na China existe um enorme mercado no setor farmacêutico e é preciso dar atenção aos requerimentos de pedidos de patente. No futuro, acreditamos que os juízes estarão mais experientes para julgar esses casos”, explicou a executiva.
Fonte: Blog Em Cima Da Notícia