Trocando em Miúdo: Entenda cenário de recessão da economia
Olá prezada pessoa ouvinte e cidadã. A prosa de hoje é uma só: PIB, Produto Interno Bruto. Ou seja, a economia brasileira. A produção de riquezas e serviços aqui dentro do nosso Brasil. A realidade é uma só. Vai mal. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o nosso PIB não cresce tem quinze meses, ou cinco trimestres consecutivos.
Se a gente pegar a pesquisa oficial, feita a cada três meses, pelo IBGE, o PIB do Brasil está negativo. Uns falam que a economia está em retração. Outros, em contração. Outros, em queda. Enfim, pode-se dizer que a economia brasileira está em recessão técnica. É quando o PIB fica negativo por dois trimestres em seguida ou seis meses. É o que acontece neste ano, desde janeiro.
Então, na prosa de hoje, a gente destrincha esta história do PIB com o nosso convidado, o professor de Finanças do IBMEC-DF, José Kobori.
Afinal, estamos mesmo em recessão?
Sonora: “A recessão técnica é quando você tem dois trimestres seguidos de recessão, ou seja, recessão nada mais é do que o decréscimo do PIB. A gente está produzindo menos do que produziu no trimestre anterior. Pela lógica, você não está crescendo, você está decrescendo. Você em vez de aumentar a produção do país, você está diminuindo. Esse é o quadro chamado de quadro recessivo.”
Como é feito o cálculo deste PIB?
Sonora: “Se fosse falar de uma equação matemática, ela é bem simples. Você soma todo o consumo das famílias, mais todo o investimento das empresas do governo, mais todos os gastos do governo, que são grandes no Brasil, e mais esse saldo do que a gente exporta e importa.”
Por que a produção é contada uma vez só, no final?
Sonora: “O cálculo do PIB só conta realmente o produto final. Você não conta os produtos intermediários pela lógica de que, se você contar, você estaria computando duas vezes a mesma produção.”
Por quanto tempo vamos continuar nesta economia em crise? Esta crise na economia, pelos gráficos, ela tem a forma de V ou de U?
Sonora: “O quadro atual indica mais uma recessão em formato de U em que a gente caia e permaneça um tempinho lá em baixo até que a gente volte a retomar o crescimento.”
Qual a saída para o governo: cortar gastos ou aumentar impostos?
Sonora: “O governo também deveria fazer isso, cortar despesas. Mas ele está muito mais focado em aumentar a receita, aumentar a arrecadação, porque isso ele consegue fazer numa canetada. E as despesas dependem um pouco mais do quadro político, que, inclusive, está deteriorado atualmente.”
E o principal: como o cidadão comum deve se comportar enquanto a economia como um todo não sair da crise?
Sonora: “Você comece já a reduzir a sua despesa. Não espere chegar num momento crítico em que você realmente não tenha como sobreviver, até porque sua renda já está toda comprometida. É a velha parábola. Você está vendo uma tempestade lá na frente, se prepare agora. Então se você está vendo que esse quadro recessivo possa se prolongar, comece a gastar menos e a fazer reserva, se possível for. A gente sabe que a grande maioria da população brasileira não tem muito essa flexibilidade porque a renda dele já é muito baixa.”
Obrigado pela boa companhia.
Trocando em Miúdo: Programete sobre temas relacionados a economia e finanças, traduzidos para o cotidiano do cidadão. É publicado de segunda a sexta-feira.
Fonte: Portal EBC